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Onda de protestos na Venezuela deixa mais de 20 mortos

Presidente Nicolás Maduro acusa "a direita extremista" de buscar um golpe de Estado com apoio norte-americano

Manifestantes insatisfeitos com a crise política e a recessão econômica da Venezuela são chamados de "delinquentes" pelos governistas ( Foto: AFP )


Caracas. Já passa de 20 o número de mortos durante as três semanas de protestos contra o governo venezuelano em Caracas. Pelo menos 12 pessoas morreram durante eventos violentos, na última quinta-feira (20).
Doze pessoas morreram nos distúrbios registrados entre a noite de quinta-feira e a manhã da última sexta-feira em Caracas, informou a Procuradoria, o que eleva a 20 o número de vítimas fatais em três semanas de protestos violentos contra o governo de Nicolás Maduro.
Em um comunicado, o Ministério Público confirmou as mortes de 11 pessoas - com entre 17 e 45 anos - e seis feridos "durante os atos de violência ocorridos" em El Valle, ao sudoeste da capital da Venezuela.
"Algumas das vítimas morreram eletrocutadas" durante saques "e outras por ferimentos causados por armas de fogo", declarou a Procuradoria, que também mencionou a morte de um homem no popular bairro Petare, a leste de Caracas, cuja morte já havia sido relatada pelo prefeito da cidade.
Em El Valle, área pobre densamente povoada, uma verdadeira batalha se estendeu das nove da noite até o amanhecer.
Além disso, saques foram registrados contra dezenas de estabelecimentos comerciais.
"Parecia uma guerra. A Guarda e a polícia usava gás, civis armados atiravam contra os edifícios. Minha família e eu nos jogamos no chão. Foi horrível. Conseguimos dormir depois que tudo acabou às três da madrugada", contou Carlos Yánez, de 33 anos, morador de El Valle.
Caminhões da unidade de choque dispersaram pequenos protestos com gás, depois que moradores instalaram barricadas de lixo em várias esquinas da região. Um caminhão foi parcialmente incendido, depois que foi atingido por coquetéis molotov.
"Malditos", "assassinos", gritavam os moradores das janelas dos edifícios para os homens que atiravam em direção à rua.
Na manhã da última sexta-feira, os moradores retiravam as barricadas de lixo queimado e outros destroços deixados pelos saques em várias lojas.
Três pequenos tanques da militarizada Guarda Nacional protegiam um centro comercial da principal avenida de El Valle.
Acusações
O governo e a oposição trocam acusações pelo aumento da violência. Segundo a ONG Foro Penal, além dos mortos, centenas de pessoas ficaram feridas ou foram detidas desde o início dos protestos em 1 de abril.
O governo afirma que grupos armados "contratados pela oposição" atacaram o hospital infantil de El Valle, mas os opositores afirmam que a retirada das crianças foi motivada pelo uso das bombas e gás lacrimogêneo para tentar controlar os distúrbios.
O ministro das Comunicações, Ernesto Villegas, acusou os "vândalos da oposição".
"Estes delinquentes querem vender que a Venezuela é um caos, e o País está em calma", afirmou Freddy Bernal, dirigente do governante Partido Socialista, em referência à oposição.
O vice-presidente venezuelano, Tareck El Aissami, denunciou uma "espiral terrorista" em andamento para propiciar um "golpe de Estado". Julio Borges, presidente do Parlamento, afirmou que "a violência é semeada pelo governo".
Repercussão
A elevada tensão na Venezuela provoca inquietação internacional. Onze países latino-americanos, a União Europeia, a ONU e organizações como a Anistia Internacional pediram ao governo venezuelano garantias aos protestos pacíficos.
O governo dos EUA e o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, que chama Maduro de "ditador", fizeram duras advertências ao governo chavista, acusado de "repressão".
Os protestos começaram após sentenças do principal tribunal do país, que retiraram a imunidade dos deputados e assumiu as funções do Parlamento, único poder público controlado pela oposição. A pressão internacional provocou a anulação parcial das sentenças.
Maduro, cujo mandato prossegue até 2019, afirma que "a direita extremista venezuelana" busca um golpe de Estado com o apoio do governo de Donald Trump. Mas a oposição insiste que deseja retirar o presidente do poder pela via eleitoral.



Fonte:Extra

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