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Por que a chikungunya virou edpidemia no Ceará

Além de encontrar população vulnerável, o vírus apresenta maior índice de infecção sintomática. Outra hipótese é maior circulação do vírus

Nas filas das unidades de saúde ou nos relatos de amigos e familiares, a febre chikungunya vai entrando na rotina do cearense. Percebido no cotidiano, o avanço da doença é expresso também nas estatísticas. Em relação aos quatro primeiros meses de 2016, quando a situação começou a ser considerada epidêmica, a Capital já teve neste ano mais que o triplo das infecções confirmadas. Mesmo ainda considerada novidade, já é possível observar padrões em relação à chikungunya: o vírus manifesta sintomas com mais frequência e ainda deve alcançar boa parte da população desprotegida.
(Foto Divulgação)
(Foto Divulgação)
Os casos de chikungunya superam as notificações por dengue e zika, também transmitidas pelo Aedes aegypti. Uma hipótese considerada é que o vírus CHIK esteja prevalecendo entre os mosquitos em circulação, numa disputa dos vírus pelo mesmo vetor, aponta Antônio Lima, gerente de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal da Saúde. Sendo ou não o principal agente carregado pelos mosquitos, o vírus da chikungunya tem um segundo ano com número expressivo de casos em Fortaleza. Mesmo com mais de 17 mil casos confirmados em 2016 e 6,3 mil neste ano, segundo a Secretaria Estadual da Saúde (Sesa) ainda há muitas pessoas não imunizadas contra a doença.
“Outra hipótese é termos apenas um sorotipo do vírus. Neste caso, a pessoa adoece uma vez e fica protegida”, explica Antônio Lima. Ele ressalta que os bairros das regionais II e VI foram ainda pouco atingidos pela febre. Por estarem protegidos em ciclos anteriores de dengue e zika, a chikungunya é a “doença da vez”. Também em relação às arboviroses, o vírus CHIK se sobressai: há um maior índice de pessoas infectadas que desenvolvem os sintomas. Assim, cerca de 95% dos pacientes inoculados chegam a adoecer, detalha o infectologista Anastácio Queiroz. Esta taxa é superior aos 15% nas infecções pelo zika vírus.
Não há certezas sobre a prevalência do vírus CHIK, ressalta Queiroz. No entanto, ele acrescenta que há documentações científicas sobre mosquitos que carregavam pelo menos dois vírus ao mesmo tempo. Para evitar o aumento de casos, o combate ao vetor precisa ser constante, lembra o infectologista Ivo Castelo Branco. Ele ressalta o mesmo padrão observado há pelo menos 25 anos: maior número de casos no primeiro semestre. Com zika e chikungunya nos últimos anos. “Mas no segundo semestre, há menos casos e pouco se fala disso. O controle do mosquito não é continuado”, alerta.
Dentre as dúvidas sobre a doença, a estudante Diúlia Moura, 21, se pergunta quando os médicos apontarão soluções para as dores no corpo após a febre chikungunya. Com diagnóstico laboratorial em março, ela continua sentindo nas articulações o efeito da infecção. “Precisei retomar a faculdade e dar aula de reforço porque não posso parar, mas é tudo com muita dor”, relata. Ela lamenta estar longe das atividades que gosta de fazer, como andar a cavalo, ir à academia ou dançar. Em casa, Diúlia também viu o pai e a mãe adoecerem com chikungunya. Eles moram em Caucaia, segundo município com maior número de confirmações da doença em 2017, com 1.808 casos até ontem.
Números

6,3 mil
é o número de casos confirmados de chikungunya na Capital até ontem
Saiba mais
Óbitos
A mortalidade da chikungunya é um aspecto em estudo. Dentre fatos conhecidos, estão a complicação em idosos, com alterações neurológicas, cardíacas e abertura para novas infecções, diz Antônio Lima, gerente de Vigilância Epidemiológica da SMS.Fumacê
Durante o mês de maio, a SMS intensifica a circulação do carro fumacê em regiões com maior incidência do mosquito. Vicente Pinzón, Centro, Luciano Cavalcante, Montese, Conjunto Ceará e Henrique Jorge foram alguns dos bairros onde a ação teve início no dia 24 de abril.
A pulverização espacial UBV libera gases que atingem mosquitos adultos em voo.
 
No entanto, a ação tem efeito apenas quando o inseticida está suspenso no ar, eliminando apenas o mosquito. Não são atacadas as larvas do mosquito em recipientes. Segundo a SMS, 90% dos focos do Aedes aegypti se concentram nas residências. 

Fonte:opovo

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