Trump cancela acordo com Cuba e denuncia caráter brutal do regime
O presidente americano criticou o acordo assinado por Barack Obama, que "não ajuda aos cubanos e enriquece o governo"
"Agora que sou presidente dos Estados Unidos denunciarei os crimes do regime de Castro", afirmou Trump - Foto: JOE RAEDLE / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / AFP
O presidente norte-americano Donald Trump anunciou, nesta sexta-feira (16), ante membros da comunidade cubana em Miami: "estou cancelando, imediatamente e completamente, do último acordo com Cuba", da administração de Barack Obama.
Denunciando o caráter brutal do regime em Cuba, Trump afirmou: "agora que sou presidente dos Estados Unidos denunciarei os crimes do regime de Castro", destacando os sofrimentos dos cubanos "durante cerca de seis décadas". "Sabemos o que acontece e lembramos o que aconteceu", acrescentou.
Mudanças radicais de contato dos EUA com Cuba
Além da reversão dos pontos firmados por Obama, a grande transformação da nova gestão, com Trump, foi o tom e a sinalização do futuro da relação bilateral entre os dois países. Enquanto Obama defendeu o levantamento do embargo, Trump prometeu reforçá-lo. A agressividade retórica contra o governo de Raúl Castro também indica uma desaceleração do ritmo de normalização das relações bilaterais.
Um dos objetivos do novo acordo, explicou Trump, é garantir que a população cubana seja beneficiada diretamente pelo novo acordo. O presidente norte-americano, entretanto, buscou frisar que 'atrocidades' cometidas desde o início do regime dos irmãos Castro não serão toleradas e insinuou que o governo de Barack Obama negligenciou a prática de crimes contra a população da ilha. Trump disse que as sanções não serão levantadas até que todos os presos políticos do país estejam livres, que os partidos políticos sejam legalizados, que a liberdade de expressão seja restabelecida e que eleições livres e sujeitas à supervisão internacional sejam marcadas.
"O governo cubano precisa parar de prender pessoas inocentes e deve abrir o seu mercado ao livre comércio", completou. Cercado pela comunidade de exilados que se opõem a Castro, Trump atacou o governo cubano e previu que seu fim "está próximo". "Respeitamos a soberania de Cuba, mas isso não significa que viraremos as costas ao povo cubano", alertou Trump. O presidente disse ainda que está disposto a negociar um novo acordo, "muito melhor do que o anterior", com Cuba, desde que a ilha dê passos na direção da liberalização política e econômica.
O anúncio foi realizado no Teatro Manuel Artime, batizado em homenagem a um dos veteranos da invasão da Baía dos Porcos, uma operação fracassada patrocinada pela CIA em 1961 com o objetivo de derrubar o governo Fidel Castro. O presidente chamou ao palco três dissidente que passaram mais de uma década na prisão em Cuba. No início de seu discurso, o presidente disse que a líder das Damas de Branco, Berta Soler, e o ativista José Ferrer foram impedidos pelo governo da ilha de viajar a Miami para participar do anúncio.
Fonte:DN
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