Seis mulheres detidas com documentos de visitas falsos
A última suspeita capturada possuía duas identidades, com nomes diferentes. A mulher revelou que que conseguiu os documentos em clínicas para drogados
Seis mulheres, entre elas duas adolescentes, já foram capturadas pela Polícia com documentos e carteiras de visitante de presídio falsos, neste ano, no Ceará. A Delegacia de Defraudações e Falsificações (DDF) está investigando se as suspeitas são aliciadas para se prostituírem ou para transportarem ilícitos até as unidades prisionais.
A prisão mais recente aconteceu na última quinta-feira (16). Cláudia da Silva Almeida, de 28 anos de idade, foi detida no Vapt-Vupt do bairro Antônio Bezerra, em Fortaleza, ao tentar renovar a permissão para visitar o seu suposto companheiro, na Casa de Privação Provisória de Liberdade Professor José Jucá Neto (CPPL III), no Complexo Penitenciário de Itaitinga II, situada na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF).
Além dessa identidade falsa, Cláudia Almeida já tinha uma carteira para visitar um preso que se encontra na Unidade Prisional Agente Luciano Andrade Lima (antiga CPPL I), também localizada em Itaitinga.
A suspeita foi detida e levada à DDF. No depoimento à Polícia, ela afirmou que tinha acabado um relacionamento e iniciado outro, em um curto intervalo de tempo, mas não soube explicar as identidades falsas, de acordo com o titular da DDF, delegado Jaime Paula Pessoa Linhares.
Cláudia Almeida, que não tinha passagem pela Polícia, irá responder pelos crimes de falsificação de documento público, uso de documento falso e falsidade ideológica.
Características
O que faz a Polícia Civil acreditar que as mulheres presas são aliciadas para a prostituição ou para o transporte de ilícitos é o fato de que as identidades apreendidas sempre são em nomes de mulheres diferentes e têm o objetivo de visitar detentos que estão em unidades prisionais distintas.
A última suspeita capturada possuía duas identidades, com nomes diferentes. Segundo o delegado Jaime Paula, Cláudia Almeida revelou que as duas mulheres que forneceram a identificação estão em clínicas de recuperação para drogadictos. "Todas elas (presas) juntaram documentação, uma declaração de residência e uma declaração de união estável. O teor das declarações é falsificado, as assinaturas são falsificadas e, via de regra, as pessoas que fornecem os documentos para elas tirarem a identidade são pessoas que têm envolvimento (com o crime ou com ilícitos) ou familiares dos próprios internos que venham a facilitar", afirmou Jaime Paula.
O titular da DDF conta que, em um dos casos que são investigados pela Especializada, a mãe de um detento que seria visitado deu a assinatura para comprovar que havia união estável entre ele e a mulher presa.
O perfil dos internos do Sistema Penitenciário que receberiam essas visitas fraudulentas é semelhante. "São pessoas que cometeram crimes de uma certa gravidade. Dois deles são traficantes. Tem outro que é um homicida que está cumprindo pena há muito tempo", relacionou Jaime Paula Pessoa Linhares.
Outros casos
A fraude nas carteiras de visitante de presídio começou a chamar atenção da DDF no fim de julho deste ano, quando duas mulheres foram presas em semanas seguidas, no mesmo local: o Vapt-Vupt do Antônio Bezerra.
Lara Luana Rebouças de Sousa, 19, e Keliane Filgueira Freire, 21, contaram a mesma versão à Polícia (que também veio a contar Cláudia Almeida por último): mudaram de namorado recentemente, tanto o antigo como o atual estavam presos e, por isso, precisavam de uma nova carteira.
Fonte:DN
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