Atentado contra agente foi cometido com metralhadora
O sobrinho do servidor da Sejus, uma criança de 11 anos, acabou sendo atingida pela rajada de disparos
O silêncio tomou conta de uma rua do Conjunto Industrial, em Maracanaú, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), na tarde desta quarta-feira (25), depois de um atentado contra um agente penitenciário, que mora no local. Rajadas de metralhadora foram disparadas contra a residência e acabaram ferindo uma criança de 11 anos, sobrinha do verdadeiro alvo da ação.
Segundo informações do 14º Batalhão da Polícia Militar de Maracanaú, a arma utilizada pelos criminosos durante a ação é conhecida como 'macaquinha', uma espécie de pistola com um adaptador que funciona como metralhadora e é capaz de disparar até sete tiros por segundo.
A PM relatou que quatro homens chegaram ao local em um veículo Chevrolet, modelo Onix, de cor branca, já abrindo fogo na direção do agente penitenciário, que conseguiu escapar da investida criminosa. No entanto, durante o atentado, a criança de 11 anos foi atingida por vários projéteis. Em seguida, o menino foi conduzido por equipes da Polícia Militar, que atenderam à ocorrência, para o hospital Instituto Doutor José Frota (IJF), no Centro de Fortaleza.
Na fuga, ainda conforme informações da Polícia, os criminosos tomaram um caminhão de assalto e seguiram no sentido Capital. Logo após a ação, patrulhas iniciaram diligências à procura dos suspeitos. Ninguém foi preso, até a noite de ontem. Em nota emitida pela assessoria de comunicação, a Polícia Civil do Estado do Ceará informou que "as investigações a respeito da ocorrência de lesão corporal por arma de fogo estão a cargo da 11ª Delegacia do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP)".
"Diligências estão sendo realizadas por equipes da Especializada, responsável por investigar crimes contra agentes de Segurança, no intuito de identificar os responsáveis pela ação criminosa. As circunstâncias do fato estão sendo apuradas", informa o comunicado. A Polícia Civil confirmou que, após a prática delituosa, os criminosos fugiram, abandonando o carro utilizado na ação.
A Perícia Forense do Ceará (Pefoce) também foi acionada para realizar os primeiros levantamentos no local do crime e colher elementos que possam ajudar nas investigações e elucidação da tentativa de homicídio. Já a Secretaria da Justiça e Cidadania (Sejus), responsável pelo servidor alvo do atentado, afirmou, também por meio de nota que "está acompanhando as investigações e prestando apoio ao agente e à sua família".
Segundo caso
Há três meses, no último dia 23 de abril, outro servidor da Sejus foi baleado em Maracanaú, em ação semelhante. O agente penitenciário, lotado na Cadeia Pública do Município, lavava um carro em frente à residência dele, no bairro Novo Maracanaú, quando dois homens se aproximaram em uma motocicleta, e dispararam cinco tiros, atingindo-o de raspão na cabeça, no tórax e nas pernas. Orlando Batista Victor, de 59 anos, foi socorrido por vizinhos e conduzido ao IJF em estado grave.
Riscos
Um policial civil, que preferiu não se identificar, confirmou que a tentativa de homicídio, ocorrida ontem, foi direcionada ao agente penitenciário. "Não pode ser encarada de forma diferente. Foi sim um atentado a um agente de Segurança Pública. Não se pode confirmar, ainda, que tenha sido motivado pela função que ele exerce, mas pela arma utilizada, certamente, não se trata de um crime comum".
O investigador ressalta que os agentes correm riscos, assim como os policiais, por conta da profissão. "Se o crime organizado é um risco para o cidadão comum, que é frequentemente alvo de tiroteios e assaltos, no meio das ruas de Fortaleza, imagine para um policial e um agente penitenciário. Muitos desses profissionais moram no mesmo bairro em que precisam agir em serviço, e acabam tendo suas vidas pessoais expostas".
O policial ressaltou que a metralhadora utilizada no crime não é uma arma de fácil acesso, por custar caro e por ainda não ser muito disponível, mesmo no mercado ilegal. "São caras, por terem um poder de fogo alto e fáceis de serem escondidas. Fugir em posse de uma metralhadora normal é muito mais difícil que com uma 'macaquinha', pelo tamanho".
A arma oficial é fabricada desde 1951, em Israel, com o nome Uzi. As pistolas-metralhadoras compactas são utilizadas pelo Exército israelense e contrabandeadas para o Brasil, principalmente, pelo Paraguai.
Fonte:DN
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