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Como gatos criam vínculos com humanos, segundo este estudo

Pesquisa de professores americanos aponta que os animais têm a mesma capacidade de se envolver com os donos quanto cachorros

                           MULHER COM GATO NO OMBRO, DURANTE EXIBIÇÃO DE GATOS NOS ESTADOS UNIDOS

Gatos são frequentemente encarados como distantes, autocentrados e indiferentes ao amor de seus donos. Mas um estudo de pesquisadores da Universidade do Estado de Oregon, nos Estados Unidos, contesta essa ideia.

Eles realizaram o seguinte teste: pediram a 79 donos de gatos que levassem os animais para uma sala. Cada dupla ocupou a sala por 2 minutos. Depois, os donos deixaram o recinto por mais 2 minutos. Em seguida, de volta à sala, as duplas de donos e gatos ficaram outros 2 minutos juntos.

Em entrevista ao Oregon Public Broadcasting, a pesquisadora responsável pelo estudo, Kristyn Vitale, afirmou que os 2 minutos de separação entre gatos e donos servem para simular “uma situação levemente estressante para o gato, que permite que o comportamento ligado ao vínculo seja reforçado”.

Para analisar o laço formado pelos animais com os humanos, os pesquisadores filmaram o comportamento dos bichanos durante esse processo e o classificaram entre gatos seguros (64,3%) e inseguros (35,7%). Os gatos inseguros foram divididos em 3 subclassificações. Veja abaixo as 4 classificações:

Gatos seguros apresentavam nível reduzido de estresse, e equilibraram o contato com o dono e a exploração do ambiente. Por exemplo: o gato ia periodicamente até o dono para receber atenção, explorava o quarto, os brinquedos, e voltava ao dono.

EXEMPLO DE GATO QUE SE SENTE SEGURO         FOTO: REPRODUÇÃO    


Gatos inseguros ambivalentes eram aqueles que ficavam estressados e buscavam ficar muito próximos aos donos. De todos os gatos inseguros, 84% deles eram inseguros ambivalentes.


Gatos inseguros esquivos eram aqueles que ficavam estressados e reagiam ficando longe dos donos. De todos os gatos inseguros, 12% eram esquivos.

EXEMPLO DE GATO INSEGURO ESQUIVO  FOTO: REPRODUÇÃO

Gatos inseguros desorganizados eram aqueles que pareciam querer se reunir com os donos, mas de forma confusa, muitas vezes com comportamento inquieto. Por exemplo: os animais circulavam os donos, se escondiam de seu campo de visão, ou se esquivavam rapidamente após se reunir com eles. De todos os gatos inseguros, 4% eram do tipo desorganizado.


Intitulada “Laços entre gatos domésticos e humanos”, a pesquisa foi publicada em setembro de 2019 na revista Current Biology. Ela vem acompanhada de um vídeo que mostra exemplos desses tipos de comportamento.

Os pesquisadores escrevem que a habilidade de forjar laços é muito destacada como um traço que distingue cães e os aproxima dos seres humanos. Na avaliação dos professores, no entanto, as habilidades sócio cognitivas dos gatos vêm sendo subestimadas.

Gatos também são, há milênios, companheiros da humanidade. E, para os pesquisadores, os resultados do teste indicam que, assim como cachorros, gatos também se relacionam de forma complexa e profunda com as pessoas.

A metodologia da pesquisa

A classificação que determinou como cada gato havia se comportado segue uma metodologia criada na década de 1970 para medir os laços entre um adulto responsável e uma criança. Depois, ela passou a ser usada também para testes com primatas e cachorros.

Os pesquisadores da Universidade do Estado de Oregon estudaram tanto gatos filhotes quanto adultos. Os vídeos foram analisados e classificados por dois examinadores diferentes, como forma de confirmar os resultados. Eles analisaram inclusive os miados dos gatos.

O vínculo dos gatos comparado ao de cães

Os pesquisadores destacam que encontraram, no geral, os mesmos tipos de sinais de relacionamento entre gatos e humanos que haviam sido encontrados em pesquisas anteriores com crianças e com cachorros.


Isso inclui buscar a aproximação, ficar perturbado com a separação e esboçar receptividade ao voltar a encontrar o dono. Dessa forma, concluíram que a capacidade de formação de vínculos entre os animais e os donos era similar à desenvolvida entre humanos e cachorros.

Enquanto 64,3% dos gatos foram classificados como seguros, a proporção foi de 65% entre crianças, e de 58% entre cachorros.

E, enquanto 35,7% dos gatos foram classificados como inseguros, a proporção foi de 35% entre crianças, e de 42% entre cachorros.


“Os gatos são mais independentes, no sentido de que não temos que treiná-los para usar a caixa de areia, ao contrário do que acontece com filhotes de cachorro. Mas isso não significa necessariamente que eles não nos usem como uma fonte de segurança, e que eles não tenham afeto em relação às pessoas. É isso que estamos descobrindo: a maioria dos gatos usa seus donos como fonte de segurança, e busca neles conforto”

Kristyn Vitale
Pesquisadora da Universidade do Estado de Oregon responsável pelo estudo, em entrevista à Oregon Public Broadcast


Fonte:Com informações do 

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