McDonald’s processa ex-chefe por mentir sobre relações sexuais com funcionárias
Easterbrook, 53 anos, foi demitido em novembro de 2019 por uma relação “consensual” com uma integrante da equipe, contrariando as regras da empresa.
Mas o McDonald’s disse que meses depois soube que Easterbrook mentiu ao afirmar que nunca havia feito sexo com funcionárias da empresa e que “destruiu informações sobre sua conduta pessoal desapropriada” em relações que teria tido com outras três funcionárias.
Ele deu a uma delas ações no valor de centenas de milhares de dólares, de acordo com a empresa.
A companhia tenta recuperar cerca de 40 milhões de dólares em indenizações e benefícios pagos ao ex-diretor em decorrência de sua demissão no ano passado, inicialmente considerada sem justa causa, de acordo com um documento enviado nesta segunda-feira à autoridade de valores mobiliários dos Estados Unidos.
A ação, em que Easterbrook é acusado de fraude, foi apresentada a um tribunal estadual de Delaware. Easterbrook “não disse a verdade aos investigadores do McDonald’s”, afirmam os autos, que revelaram novos detalhes sobre o relacionamento que levou à sua saída da empresa.
Foi “uma relação consensual, não física, que envolveu mensagens de texto e vídeo” de natureza sexual, de acordo com a ação.
“Easterbrook declarou ao McDonald’s que este foi o único relacionamento de natureza íntima com uma funcionária. Ele afirmou que nunca tinha se envolvido em um relacionamento sexual físico com qualquer outra colaboradora”, disse a empresa.
Mas em julho, o McDonald’s recebeu uma denúncia anônima de que Easterbrook teve um relacionamento sexual com alguém que trabalhava para ele quando ele era CEO.
Uma investigação interna encontrou provas dessa relação e de outras duas também, disse o McDonald’s.
“Essas evidências consistem em dezenas de fotos e vídeos de várias mulheres, parcialmente e totalmente nuas ou sexualmente explícitas, incluindo fotos dessas três funcionárias da empresa”, de acordo com os autos.
A acusação afirma ainda que Easterbrook enviou as fotos, supostamente feitas no final de 2018 e no início de 2019, de seu e-mail profissional para sua conta pessoal.
Nomeado CEO em março de 2015, Easterbrook foi considerado um empresário de sucesso.
– Uma queixa sindical –
Em 2018, o salário-base de Easterbrook era de US$ 1,3 milhão e sua remuneração total, incluindo bônus e pagamento de ações, totalizou US$ 15,9 milhões.
O acordo de demissão de Easterbrook incluía o pagamento de seu salário por seis meses, além de um pagamento em ações. A Equilar, uma empresa de consultoria, estimou o total em cerca de US$ 40 milhões.
Ele foi substituído por Chris Kempczinski, que trabalhava no McDonald’s desde 2015, após ocupar cargos de gerência sênior na Kraft Foods e PepsiCo.
Um dia após a demissão de Easterbrook, o McDonald’s também anunciou a saída de seu chefe de recursos humanos, David Fairhurst, que estava na empresa desde 2005 e ocupava o cargo desde 2015.
Em maio, um grupo internacional de sindicatos apresentou uma queixa contra o McDonald’s por assédio sexual sistêmico em restaurantes da rede em todo o mundo.
A denúncia, apresentada à Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), foi a primeira do tipo contra uma empresa multinacional, segundo a International Union of Food Workers.
O documento cita testemunhos que denunciam “tentativa de estupro, exposição indecente, carícias e ofertas sexuais”.
O McDonald’s afirmou que analisaria a reclamação e garantiu que para a empresa “o mais importante são as pessoas”.
As ações do McDonald’s caíram 0,60% nesta segunda-feira após o anúncio da empresa.
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