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Dólar tem forte alta mesmo após intervenção do BC e juros disparam

 

Fortalecimento da divisa americana no exterior é potencializado por fatores locais, depois que o governo federal anunciou aumento da taxação de bancos para lidar compensar isenção de impostos sobre diesel e GLP

Pixabay
A decisão do governo federal de elevar taxação de bancos, veículos e da indústria química para lidar compensar a isenção de impostos sobre diesel e GLP, bem como o receio de desidratação da PEC emergencial, faz o mercado de câmbio operar fortemente pressionado nesta terça-feira. Em dia de viés mais cauteloso no exterior, o contrapeso parece vir apenas por parte do Banco Central, que injetou US$ 2,095 bilhões no mercado à vista em duas operações.

Mesmo assim, o dólar operava em alta de 2,14% por volta das 13h30, a R$ 5,7207, após tocar R$ 5,7323 no momento mais tenso do dia. O avanço coloca o real como a divisa de pior desempenho do dia.   As informações são do globo. 

A primeira intervenção ocorreu logo no início do dia, e foi feita em um formato diferente das vezes anteriores. A autoridade monetária decidiu vender os dólares pela Ptax do dia, ao invés de estabelecer ele mesmo qual seria o nível de preço. O BC "pode ter identificado uma saída pela Ptax ou não quis tomar o risco de vender abaixo da ptax do dia", sugeriu um observador do mercado.

Fato é que a intervenção trouxe alívio apenas pontual. Diante do noticiário político agitado em Brasília - incluindo um pronunciamento em cadeia nacional anunciado e logo em seguida cancelado pelo próprio presidente Jair Bolsonaro - investidores continuaram buscando a proteção do dólar, o que motivou nova intervenção do BC.

A atuação mais intensa por parte da autoridade monetária este ano - ela já vendeu o equivalente a US$ 3 bilhões em swap cambial e outros US$ 5,175 bilhões em atuações "secas" - ocorre em um momento em que os riscos políticos se juntam às pressões inflacionárias e aumentam o coro por uma normalização mais rápida da política monetária. A duas semanas da reunião do Copom, investidores aguardam a aparição do presidente do BC, Roberto Campos Neto, em busca de pistas sobre o futuro da política monetária no curto prazo. Campos fala em evento promovido pela Arko Advice e a Empiricus às 19h.

Juros futuros


Já os juros futuros dos Depósitos Interfinanceiros (DI) disparam, operando perto das máximas. As taxas do DI para janeiro de 2022 subiam de 3,81% no ajuste anterior para 3,96%; as para janeiro de 2023 avançavam de 5,73% para 5,93%; as para janeiro de 2025 tinham alta de 7,38% para 7,55% e as para janeiro de 2027 disparavam de 7,98% para 8,19%. A estrutura da curva a termo, assim, ganha ainda mais inclinação, com o spread entre os juros de janeiro de 2027 e janeiro de 2022 passando de 4,17 pontos percentuais ao fim da sessão regular de ontem para 4,23 pontos neste momento.

“As notícias de desidratação da PEC Emergencial, com os gatilhos ficando para o futuro enquanto gastos são feitos no presente, em um cenário em que precisamos de ajuste fiscal, são muito ruins”, diz Patrícia Pereira, estrategista de renda fixa da MAG Investimentos. “A taxação dos bancos só piora esse cenário, sendo uma medida populista, e o risco de reclassificação de São Paulo para fase vermelha turva ainda mais o quadro. É pior para a recuperação econômica e traz mais pressão por gastos.”

Valor apurou que, além de um retorno à fase vermelha, um lockdown em diversas cidade do Estado, incluindo a capital, poderá ocorrer para desacelerar os números de contaminações. Na Grande São Paulo e no interior, a ocupação dos leitos de UTI está perto de seus limites.

Em um cenário de grande piora de percepção de risco como este, os agentes do mercado elevam crescentemente a probabilidade de um início do ciclo de normalização monetária já em março, precificando 80% de chance de uma alta de 0,75 ponto da Selic no próximo Copom. Ao fim da sessão regular de ontem, essa chance era de 77%.


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