REPRODUÇÃO
"Estou muito abalado fisicamente e psicologicamente." Assim se define Kaio Souza, o homem que levou um soco de um policial militar durante uma abordagem em Caieiras na Grande São Paulo, na noite de sábado (29). Kaio e outras duas vítimas da abordagem foram ouvidas na tarde desta segunda-feira (31) na Ouvidoria das policias Civil e Militar de São Paulo.
Os três estavam acompanhados de um advogado. Kaio, Thiago Costa e Igor Ramos foram agredidos pelos PMs Rodrigo de Oliveira e Dietrich,
A abordagem foi registrada em vídeo. Primeiro o policial ofende Kaio. “Você não é ninguém. Você é lixo", afirma. Na sequência, continuam as ofensas. "Baixa a bola, hein, negão. Baixa a bola. pra mim você não é p**** nenhuma”. Igor tenta acalmar os ânimos, mas os insultos continuam. "Nós não somos lixo. eu sou lixo?", argumenta. O jovem que grava ação pede calma. "Sem agressão", apela. As informações são do R7.
Kaio se revolta com a truculência e vai na direção de um dos PMs, questionando a abordagem. Ele é agredido com o soco no rosto e fica desacordado."Eu não esperava nunca que eu ia passar por isso na minha vida”, desabafa Kaio. “Tenho 33 anos e trabalho carregando cilindro de oxigênio, salvando vidas na pandemia.”
A defesa dos três homens não acredita que eles foram abordados aleatoriamente na rua. Tudo aconteceu em frente à casa de Igor. segundo o advogado, Um dos PMs é aluno numa academia de ginástica em que Igor é instrutor, e os dois teriam se desentendido hé alguns meses. "Quando ele saiu da academia o policial falou pra ele : ‘você é professor aqui, eu sou polícia na rua’”, relata o advogado Leandro Jonas. "Nós não podemos confirmar , mas isso indica aí uma certa vingança."
A Corregedoria da PM acompanha o caso. Um IPM (Inquérito Policial Militar) foi aberto para investigar o caso. Rodrigo Oliveira, o PM que deu o soco em Kaio, foi afastado do trabalho nas ruas. “As imagens deixam claro que eles não cometeram crime algum. Na verdade, eles foram vítimas de abuso de autoridade praticado pelos policiais", afirma o ouvidor Elizeu Soares Lopes. “A declaração dos policiais é inverossímil. Os jovens foram hostilizados inclusive com impropérios que caracterizam injúria racial."
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