Capitais registram panelaços contra Bolsonaro durante pronunciamento
Sob pressão de CPI, presidente já foi alvo de manifestações de rua neste fim de semana, com passeatas em 17 capitais do Brasil
Presidente defendeu ações do governo federal no combate à pandemia e ao desemprego
ANDERSON RIEDEL/PR - 02/06/2021Diversas capitais brasileiras registraram panelaços a partir de 20h30 desta quarta-feira (2), durante o pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em cadeia nacional. O presidente já havia sido alvo destes protestos em março, quando também falou em rede nacional sobre a pandemia e a vacinação contra a covid-19. As informações são do R7.
Nas semanas seguintes, com o prolongamento da segunda onda da covid-19 e o valor considerado baixo do novo auxílio emergencial, o mandatário sofreu abalo na sua popularidade.
O governo também está sob pressão por causa da CPI da Covid, instalada no Senado para apurar possíveis omissões do governo federal no enfrentamento à crise sanitária. Em pouco mais de um mês de trabalho, os senadores priorizaram as convocações e depoimentos dos principais membros da gestão Bolsonaro.
No pronunciamento desta quarta, o presidente voltou a defender ações do governo federal para acelerar a vacinação e conter a crise econômica causada pela pandemia. Ele citou a marca de 100 milhões de doses da vacina contra a covid-19 entregues pelo governo aos estados, a sanção de nova rodada do Pronampe, que será permanente, e prometeu que todos brasileiros poderão se vacinar até o fim de 2021.
O mandatário também defendeu a realização da Copa América no Brasil, justificando que a competição seguiria protocolos de outros torneios. "Todos os nossos 22 ministros consideram o bem maior de nosso povo a sua liberdade. Que Deus abençoe o nosso Brasil", disse Bolsonaro ao encerrar sua fala.
Durante o pronunciamento, que durou cerca de sete minutos, os atos foram registrados em ao menos dezenove capitais brasileiras: São Paulo, Rio de Janeiro, Vitória, Recife, Salvador, Belém, Belo Horizonte, Maceió, Ceará, Porto Alegre, Curitiba, Brasília, Goiânia, Manaus, São Luís, João Pessoa, Natal, Florianópolis e Aracaju.
Em São Paulo, manifestantes bateram panela em bairros como Santa Cecília, Vila Mariana, Sumarezinho, Vila Madalena, Alto de Pinheiros, Pompeia e Barra Funda. No Rio, moradores da Barra da Tijuca, de Copacabana e Jardim Botânico também protestaram.
Em Fortaleza, os panelaços foram registrados com manifestantes gritando palavras de ordem e pedindo pela saída de Bolsonaro do cargo.
No Rio de janeiro, os protestos foram ouvidos nos bairros da Lapa, Copacabana, Gávea, entre outros.
Na cidade de Porto Alegre, foram gravadas manifestações no centro histórico da capital e no bairro de Santana.
Protestos
No último sábado (29), manifestantes de diversas cidades do Brasil foram às ruas contra o governo Bolsonaro para pedir a prorrogação do auxílio emergencial e a aceleração na vacinação contra a covid-19. Os atos foram registrados em pelo menos 17 capitais.
Na capital pernambucana, houve confronto dos manifestantes com a Polícia Militar, que chegou a atirar balas de borracha e usou spray de pimenta e bombas de efeito moral nas pessoas que estavam nas ruas. A ação da PM em Recife foi realizada já no final do ato político, entre a avenida Conde da Boa Vista, no bairro da Boa Vista, e a ponte Duarte Coelho, no centro da cidade.
Em Brasília, o protesto se concentrou ao longo da Esplanada dos Ministérios. Um grupo se concentrou por volta das 9h, na altura do Museu Nacional da República, e depois caminhou até o Congresso Nacional.
Na capital paulista, as pancadas de chuva atrapalharam os preparativos para o ato na Avenida Paulista. O ato lotou seis quarteirões da Avenida Paulista.
No Rio, milhares de manifestantes percorreram algumas das principais vias do centro da cidade neste sábado. O ato teve início às 10h, no Monumento Zumbi dos Palmares, e a multidão interditou parcialmente a Avenida Presidente Vargas, na região central da capital fluminense.
Os participantes do ato no Rio usavam máscaras de proteção e procuravam manter distanciamento social durante a marcha.
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