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Casos de feminicídio aumentaram 61% no Rio nos primeiros cinco meses de 2021

 

Ulysses Carlos Pourchet e Janaína Castro Souza Pourchet Foto: Reprodução
Na noite desta quinta-feira, dia 24, a morte de mais uma mulher nas mãos de seu parceiro, desta vez dentro de um apartamento no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio, evidencia a alarmante tendência de alta em casos de feminicídios no Rio. A Polícia Civil ainda investiga se, de fato, foi um crime por questões de gênero. Se confirmado, terá sido mais um feminicídio no estado que, só entre janeiro e maio deste ano, teve 42 vítimas, 61% de casos a mais do que no mesmo período do ano passado, quando foram registradas 26 ocorrências. Em 2019, foram 33 casos.  As informações são do  Extra.

Feminicídios aumentam em 2021: entre janeiro e maio subiu 61% no número de casos de feminicídios Foto: Editoria de Arte
Nessa última morte, o policial civil Ulysses Carlos Pourchet, de 45 anos, matou a mulher, Janaína Castro Souza Pourchet, de 44, e depois se suicidou, na noite da última quinta-feira, dia 24. Tudo na frente do filho único, um adolescente de 12 anos. Com elementos diferentes, mas desfecho similar, o assassinato de Janaína se junta a histórias como a da jovem Vytória Melissa Mota, morta com uma facada, no começo do mês, num shopping de Niterói. Pelos números do ISP, é como se uma mulher tenha sido morta no Rio este ano a cada intervalo de três dias e 14 horas.

Em relação às denúncias, o Rio concentra um quinto do total no país Foto: Editoria Rio
Os dados sobre violência doméstica e familiar contra as mulheres também são preocupantes. Um quinto de todas as denúncias que chegam à Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos, que inclui o Disque 100, parte do Rio de Janeiro. Em 2020, o Rio foi o estado com mais denúncias no Brasil: 15.419, contra 14.396 de São Paulo, que tem duas vezes e meia a população fluminense. Neste primeiro semestre de 2021, com dados atualizados até 18 de junho, São Paulo teve mais alertas, 6.928, porém, o Rio não se distancia muito, com 6.169.

Em relação às denúncias, o Rio concentra um quinto do total no país Foto: Editoria Rio

Os dados sobre violência doméstica e familiar contra as mulheres também são preocupantes. Um quinto de todas as denúncias que chegam à Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos, que inclui o Disque 100, parte do Rio de Janeiro. Em 2020, o Rio foi o estado com mais denúncias no Brasil: 15.419, contra 14.396 de São Paulo, que tem duas vezes e meia a população fluminense. Neste primeiro semestre de 2021, com dados atualizados até 18 de junho, São Paulo teve mais alertas, 6.928, porém, o Rio não se distancia muito, com 6.169.

Rio de Janeiro apresenta um quadro menos de processos de feminicídios pior apenas que São Paulo, em âmbito nacional Foto: Editoria Rio

O que chega aos tribunais é acompanhado pelo Monitoramento da Política Judiciária Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O serviço mostra que a situação se alastra como uma epidemia: em 2020, chegaram ao conhecimento dos Tribunais de Justiça 2.788 processos novos de feminicídio, 39,2% a mais que os 2.003 do ano anterior. Do total, 95 tinham dado entrada no tribunal do Rio. Os novos processos por violência doméstica contra a mulher ano passado somavam 538.337, dos quais 53.756 apenas no Rio — 34% acima dos 40.089 de um ano antes.

Brigas sem violência

Sobre a morte do casal, amigos e familiares ainda tentam entender o que aconteceu. A advogada Letícia Souza, de 39 anos, disse que a família foi pega de surpresa já que a cunhada e Ulysses eram “felizes”, com problemas comuns a casamentos.

— Sabíamos das brigas. Era um casamento de altos e baixos, mas nunca houve relato de agressão. Ela era uma mulher feliz, alegre, de Deus, de luz, boa mãe e boa esposa — afirmou Letícia.

Em sua última postagem nas redes sociais, em 14 de junho, Janaína, que fazia muitos registros sobre o filho, contou sobre uma oração que fez com o garoto, após ele ter mencionado que um colega havia sido grosseiro com a mãe. Janaína conta que o filho queria saber como podiam existir filhos e mães assim no mundo, sem amor. “Expliquei para ele que acredito que nascemos exatamente na família em que precisamos estar. Só assim evoluiremos para sermos pessoas melhores do que quando chegamos. E essa evolução só acontece pelo amor”, escreveu no post. Ela completa com o que o filho lhe disse: “Mãezinha, agradeço tanto por ter você”. E emenda: “Não, filho. Eu que agradeço!!! Eu agradeço!!! Te amo infinito”

Aos PMs, o filho contou ter visto os pais brigando minutos antes de morrerem. Ao ouvir os primeiros disparos, ele correu para pedir ajuda a um vizinho e depois ligou para os bombeiros, às 22h12. Mas, quando eles chegaram, Ulysses e Janaína, casados há 15 anos, estavam mortos.

Sem saber ainda o que teria motivado o crime, a Delegacia de Homicídios da Capital apreendeu a pistola do policial, que era comissário, lotado na Delegacia do Aeroporto Internacional. Até agora, um porteiro e um morador do prédio prestaram depoimento. O próximo passo será recuperar imagens de câmeras de segurança da residência, a fim de esclarecer detalhes do que aconteceu.


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