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Covid-19: Brasil chega à trágica marca de 600 mil mortos

 

Brasil saltou de 500 mil para 600 mil mortes por Covid-19 em cerca de três meses Foto: Editoria de Arte O Globo

O Brasil chegou nesta sexta-feira à marca de 600 mil vidas perdidas para a Covid-19, pouco mais de três meses e meio após atingir meio milhão de mortos. O intervalo maior entre as tristes efemérides indica que o pior momento ficou para trás.  As informações são do Extra.

Ainda são registrados, diariamente, 500 óbitos pela doença. Mortes que jamais serão esquecidas. Na manhã desta sexta, uma das mais bonitas manifestações ocorreu no Rio. Um ato da ONG Rio de Paz na Praia de Copacabana lembrou os 600 mil óbitos pela Covid-19 no Brasil. A organização não governamental estendeu em um varal na areia, em frente ao Copacabana Palace, com 600 lenços brancos. No entanto, há uma queda sucessiva no número de casos e mortes, além de estagnação na taxa de ocupação de leitos de UTI Covid-19 para adultos no Sistema Único de Saúde (SUS) em patamares baixos na maioria dos estados brasileiros, como indica boletim do Observatório Covid-19 da Fiocruz divulgado nesta quinta.

O geneticista Salmo Raskin, diretor do Laboratório Genetika, de Curitiba, avalia que a situação no Brasil está melhor.

— Vejo o início do fim da pandemia. Ainda estamos no túnel, mas já enxergamos uma luz no fim e dá para fazer uma estimativa sobre quanto tempo estamos dessa luz. Não deve acontecer de novo o que aconteceu em abril e março passados. Mesmo que surja uma nova variante, a situação agora é diferente, temos as vacinas e elas estão avançando, melhorando — afirma.


Um dos grandes motivos para o enfraquecimento da pandemia foi a vacinação, que engrenou no país. A forte aceitação da vacina fez avançar a imunização total para quase 45% dos brasileiros, o que reflete também na redução drástica nos números hospitalização – ao menos sete estados estão com queda de 70% ou mais nas internações.

Mais protegidos, os brasileiros estão claramente otimistas em relação aos próximos tempos de pandemia.

Adriana Mafra Torelli, de 50 anos, teve perdas muito importantes ano passado – o sogro, aos 83 anos, e o marido, aos 53. Imunizada, ela diz que agora se permitiu flexibilizar o isolamento, para além de sua atividade profissional. No começo do mês, saiu pela primeira vez para conversar com uma amiga e tomar um drinque. Os próximos planos contemplam participar de um cruzeiro em que há atividades musicais em alto mar.

— Apesar de quebrada, tenho dois filhos para cuidar, sei que tenho uma vida inteira pela frente. Brinco que vou viver até os 105 anos e, como tenho 50, comecei tudo de novo agora, estou engatinhando e agora com mais segurança — afirma

Segundo a Fiocruz, desde julho, o Índice de Permanência Domiciliar se encontra próximo de zero, o que significa que já não há mais diferença na intensidade de circulação de pessoas nas ruas em comparação ao que era observado antes da pandemia.

— Mas é importante ter toda calma nessa hora. Agora que as coisas estão indo bem, não precisa ter tanta pressa. O importante é manter essa direção. Ainda temos que completar algumas lições de casa, como cobertura vacinal completa e cuidados para evitar a infecção, diz Raskin.

Entre os cuidados, está o afrouxamento no uso de máscara, que deve ser gradual. O que deve ocorrer, é que ela seja dispensada em ambientes abertos, como praias ou parques, mas mantida no transporte público e outros ambientes fechados, como supermercados. Depois, ela passará a ser um acessório que cada pessoa poderá adotar em situações em que se sintam mais vulneráveis. Tudo isso, no entanto, só em 2022. Por enquanto as máscaras são fundamentais para controlar a transmissão do vírus, que segue elevada.

Controle

Pesquisadores de todo o mundo tentam estabelecer quais critérios científicos serão usados para declarar que a pandemia passou a ser uma epidemia. A professora da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) Ethel Maciel, que tem pós-doutorado em epidemiologia pela Universidade Johns Hopkins, diz que um dos valores considerados seria um caso da doença para cada 100 mil habitantes, com entre 600 e 900 mortes por ano, como ocorre com a influenza. Valores dos quais ainda estamos muito distantes.

—Quando tivermos mais de 80% da população vacinada acredito que vamos ver um impacto importante — afirma a epidemiologista.

Segundo Maciel, há muitas variáveis a serem consideradas, inclusive algumas que ultrapassam nossas fronteiras. Com uma parte do mundo ainda não imunizada, o risco de novas variantes é uma realidade. Na África, por exemplo, a cada 100 pessoas apenas sete estão vacinadas. Por isso as vacinas são fundamentais.


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