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Três pessoas morrem vítimas de balas perdidas em 48h no Rio

Três pessoas morrem vítimas de balas perdidas em 48h no Rio Foto: Reprodução


Felipe Silva de Souza, de 34 anos, vendia pães na porta de casa para sustentar a família. Denilson de Souza Moraes, de 16, era sucateiro de dia e estudava à noite. Monique da Silva Faria, de 30, era mãe de dois filhos e trabalhava como caixa de supermercado. Em 48 horas, as três vidas se foram, interrompidas por balas perdidas. Em dois casos, policiais teriam trocado tiros com bandidos. No terceiro, a vítima foi baleada num confronto entre criminosos que tentavam assaltar um carro-forte e seguranças.
— Meu filho era trabalhador, sempre lutou contra as dificuldades para conseguir o que tem. Agora vai assim, sem mais nem menos. É isso o que acontece em comunidade. A polícia chega para achacar os bandidos, sai atirando e a gente perde a nossa família — desabafou o taxista Jeferson Paula de Souza, de 56 anos, pai do padeiro Felipe.
Casado e pai de duas filhas, o rapaz acordava todos os dias às 4h para trabalhar numa fábrica de pães. Terminado o serviço, montava uma banca na frente de casa para vender alguns dos produtos. Momentos antes de morrer, foi avisado sobre uma operação que agentes da 75ª DP (Rio do Ouro) faziam na localidade Risca Faca, no Campo Novo, em Maria Paula, São Gonçalo. A viúva, Juliana Ribeiro, de 30, disse que Felipe ainda lhe mandou mensagem de áudio pelo WhatsApp para alertá-la:
— Ele nunca me abandonou. Agora não sei como vai ser. Minha filha de dois anos está no hospital com dor no peito.
Felipe deixou mais duas filhas, de 8 e 14 anos. O corpo foi enterrado ontem à tarde, no Cemitério Maruí Grande, em Niterói.
A Divisão de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí apreendeu fuzis usados por policiais civis na operação e recolheu uma cápsula da bala que atingiu Felipe. O material passará por confronto balístico e os agentes serão chamados para depor.
A polícia também investiga a morte de Denilson de Souza Moraes, de 16 anos. Ele foi baleado no alto do Complexo do Chapadão, em Costa Barros, enquanto recolhia cobre para o ferro-velho onde trabalhava. No momento, ocorria uma operação da PM. O enterro dele foi ontem, no Cemitério de Ricardo de Albuquerque.
A Polícia Militar confirmou que havia uma operação na favela de combate a roubos de cargas na região, mas não esclareceu se houve troca de tiros com traficantes de drogas.
A caixa de supermercado Monique da Silva Faria foi morta por uma bala perdida durante uma tentativa de assalto a um carro-forte no Parque Anchieta, praticado por homens armados com fuzis. Mãe de dois filhos, ela havia começado a trabalhar há um mês na loja, após ficar três anos desempregada. Em nota oficial, a Polícia Civil não deu detalhes, mas informou que as investigações do caso estão em andamento.
Depoimento do taxista Jeferson Paula de Souza, de 56 anos, pai de Felipe Silva de Souza
Deram um tiro e ele com o tabuleiro dele foi correndo para guardar dentro da padaria e fugir do tiroteio. Uma bala veio e acertou meu filho bem no coração. Um tiro só acertou meu filho. Ele deixou a mulher, filhinhas e todos nós nessa revolta porque a mãe dele está em casa praticamente desmaiada. Cadê meu filho, meu Deus? É um desespero. Não foi o filho do prefeito nem do governador que morreu. É mais uma vítima que morre trabalhando. Morre e deixa a gente em pânico. Nunca pensei que perderia ele desse jeito.


Fonte:Extra

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