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Católicos conservadores criticam Papa por casamento em voo no Chile

Papa Francisco casa comissários Foto: AP

O Papa Francisco emocionou fiéis e animou internautas ao sugerir e casar dois comissários de bordo durante um voo doméstico no Chile. Mas nem todos viram ternura no gesto: a classe católica conservadora questionou a legitimidade do sacramento de Carlos Ciuffardi, de 41 anos, e Paola Podest, de 39, e alertou que a benção do pontífice a 36 mil pés de altitude poderia enfraquecer e banalizar a preparação marital. Parte dos religiosos, porém, vê uma "mudança de paradigma" na instituição e o esforço de trazer casais de volta à igreja.
"Você sabe o que é um casamento sujeito à anulação? Um celebrado aparentemente por um capricho, em um avião, cujo celebrante não pode assegurar que as partes são validamente batizadas", tweetou a conta do blog Rorate Caeli, afeito às tradições da religião.
Nesta quinta-feira, Francisco recebeu um casal de comissários da Latam que o pediam para abençoar a união. Os dois trabalhavam no voo que levou o pontífice, sua delegação e a imprensa até Iquique, próxima parada de sua viagem pela América do Sul. Foi o próprio Francisco que sugeriu a Ciuffardi e Paola se casar logo ali, já que o sonho da cerimônia religiosa fora adiado por um terremoto no país, em 2010. Um porta-voz do Vaticano frisou que a celebração era doutrinamente e canonicamente válida.
Parte dos católicos entendeu o gesto de Francisco como uma forma de incentivar a oficialização das uniões na Igreja em um momento em que os casais cada vez mais meramente vão morar juntos, sem necessariamente subir ao altar.
Papa Francisco casou comissários Foto: Reprodução/Twitter

Francisco já havia dividido membros da Igreja Católica ao autorizar a comunhão de divorciados e casados pela segunda vez no civil. Já a revista britânica "The Tablet", em sua área dedicada ao Vaticano, ressaltou que as núpcias a bordo são parte de uma "mudança de paradigma" que o argentino quer liderar na instituição.
"Não é que o papa esteja driblando as regras da lei canônica ou da burocracia, mas assegurando que elas sejam prioridade. Para o papa, essas coisas devem espalhar a palavra da religião", frisou a publicação.
A cena do casamento a bordo, que repercutiu pelo mundo, trouxe um ar leve a uma viagem dominada pela discussão sobre o abuso sexual de sacerdotes contra crianças no Chile. Mas irritou os conservadores. O advogado canônio Ed Peters, consultor da alta Corte do Vaticano e aberto crítico do líder argentino, questionou se as leis católicas foram cumpridas na ocasião. Ele lembrou que, antes do matrimônio, o casal precisaria passar por aconselhamento pastoral, e a Igreja precisa comprovar que não havia obstáculos para a união.
Em postagem, Peters destacou uma notícia da mídia chilena de dezembro na qual o casal dizia esperar por um casamento a bordo presidido pelo papa Francisco. A reportagem seria uma evidência de que a celebração não foi uma surpresa. Em sua defesa, o noivo frisou que jornalistas chilenos deram a ideia, mas ressaltou que ele e a mulher só pediram uma benção, sem ter nada confirmado antes da viagem.
O blogueiro conservador Phil Lawler escreveu que, após o precedente do casamento aéreo, os bispos devem ter mais dificuldade para preparar os casais católicos para o casamento.
"Ele os pediu que refletisse seriamente sobre o compromisso? Não. Ele os questionou sobre os anos em que moraram juntos? Evidentemente não. Eles ouviu suas confissões? Improvável. Planejaram uma cerimônia digna? Não mesmo", atacou o advogado no site "Catholic Culture".



Fonte:Extra

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