Homem descobre aos 52 anos que teve um irmão gêmeo e inicia busca para encontrá-lo
"Como está o seu irmão gêmeo?". Uma simples pergunta feita por uma prima durante uma festa de aniversário transformou a vida de David Máximo Alves, morador de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, há um mês. Após 52 anos, o segurança descobriu que tinha um irmão gêmeo, algo que foi mantido em segredo pela família durante todo esse período. David nasceu em 28 de abril de 1968 e morava no bairro de Miguel Couto, também no mesmo município, com os pais João Felismino Alves e Felícia Máximo Alves e mais seis irmãos.
Ele foi adotado ainda bebê e nunca soube que tinha um irmão de sangue. Agora, ele iniciou as buscas pelas redes sociais para encontrar o seu gêmeo. Não sabe o nome, muito menos o endereço. Mas a esperança e a vontade de ver pela primeira vez o irmão já deixa David ansioso e emocionado.
— Quando a minha prima contou, eu fiquei sem reação. Na verdade, emocionado ao mesmo tempo que triste, porque os meus irmãos não me falaram a verdade, não falaram sobre a minha origem, de onde vim, nada. Eu perguntei para dois deles, que negaram, disseram que era mentira e que as pessoas estão fazendo fofoca. Mas não foi apenas uma pessoa que falou que tenho um irmão gêmeo — diz.
Desde criança, quando ainda vivia em Miguel Couto, os vizinhos falavam que David era adotado. Mas ele nunca levou a sério, nem imaginava que poderia ser verdade. O segurança se mudou com a família do local quando tinha 15 anos e só retornou agora, 37 anos depois. Seus pais já faleceram e nunca contaram sobre a história da adoção. Era o caçula da família, com dez anos de diferença para o irmão acima dele.
Ao descobrir pelas primas que tinha um irmão gêmeo, ele passou a buscar a história com a ajuda do filho, Davidson, de 28 anos, e da sua mulher. Ainda não descobriu nada, a não ser que o gêmeo talvez more em Realengo, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.
— Não tenho informação alguma. Só me falaram que ele talvez esteja morando em Realengo, mas não tenho certeza. Vou começar a procurar por Miguel Couto e perguntar sobre a história por lá. Também não sei nada sobre meus pais biológicos. Não sei estão vivos, onde moram. Minhas primas que vão me ajudar, estou aguardando. Meu filho deu a ideia de divulgarmos nas redes sociais, e muita gente já compartilhou. Isso é gratificante. Tomara que eu encontre o meu irmão logo — afirma.
Filhos gêmeos
Sem imaginar que tinha um irmão gêmeo, David também teve dois meninos gêmeos, David e Douglas, hoje com 32 anos. Eles são do primeiro casamento do segurança, que ainda é pai de Diego, de 31, Davidson, que está ajudando na busca, e Tainá, de 24. Uma informação que chegou para o homem de 52 anos é que ele também tem sobrinhos... gêmeos.
O segurança tem divulgado fotos suas quando criança, jovem e atuais para ver se alguém reconhece a semelhança entre ele e o irmão gêmeo, que ele ainda não sabe se é univitelino.
— Tenho muita vontade de conhecê-lo, de conhecer meus sobrinhos, se ele tiver uma família e estar perto. A família é tudo, é muito importante. Eu tenho cinco filhos, sendo que os mais velhos são gêmeos: David e Douglas, de 32 anos. São do meu primeiro casamento. Fiquei sabendo que ele também teve filhos gêmeos. Olha que história bonita? Vou chorar muito quando encontrar ele, vai ser emocionante, nem sei se vou conseguir falar algo — conta.
O segurança tem divulgado fotos suas quando criança, jovem e atuais para ver se alguém reconhece a semelhança entre ele e o irmão gêmeo, que ele ainda não sabe se é univitelineo. Como provavelmente nasceu de parteira e em casa, ele não tem registro em qualquer hospital da cidade.
Festa no reencontro
Uma das lembranças que David Máximo tem na infância é que foi amamentado por outra mulher que não sua mãe adotiva. No entanto, como muitas mulheres podem ter problemas durante a amamentação, ele nunca imaginou que isso seria um indício que de que era adotado. Ele nem tem certeza se ela era sua mãe biológica ou não. Como os irmãos negam a história, ele não consegue descobrir de fato como tudo aconteceu, nem mesmo o motivo para manterem segredo.
— Eu me lembro que tive uma mãe de leite e minha mãe me dizia isso "aquela ali é sua mãe de leite". Provavelmente, ela não tinha leite porque fui adotado. Mas meus pais serem foram ótimos comigo, minha mãe principalmente, muito carinhosa. Mas não entendo porque me esconderam isso, nem os meus irmãos — diz o segurança, com certa tristeza.
— Não entendo os motivos para esconderem de mim. Eu tenho o direito de saber, de conhecer a minha história. Eu falei que não vou deixar de amá-los por causa disso. Eles vão continuar sendo meus irmãos. Mesmo assim, eles não querem falar a verdade.
A única certeza é que David não vai desistir facilmente de encontrar o irmão. Sua mulher até brincou que dará uma grande festa para celebrar o grande dia.
— Eu nem imagino como vai ser quando vê-lo. Vou abraçar, chorar... Vai ser uma cena emocionante, nem a Covid vai atrapalhar. Minha mulher disse que vai alugar um salão e dar uma festa (risos) — brinca.
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