Caso Henry: polícia indicia Dr. Jairinho e a mãe do menino por homicídio duplamente qualificado
Com a conclusão do inquérito, Monique não será ouvida pela segunda vez na delegacia, como havia sido solicitado por sua nova defesa. Ao assumirem o caso, os advogados Thiago Minagé, Hugo Novaes e Thaise Mattar informaram que a professora acenava por uma vontade de “contar a verdade” sobre o que ocorrera no apartamento 203 do bloco I do condomínio Majestic, no Cidade Jardim, na madrugada de 8 de março. No primeiro depoimento, oito dias depois, ela informara que encontrará o filho no chão, com pés e mãos gelados e olhos revirados, e disse acreditar que ele tinha caído da cama.
— A nossa estratégia é que ela diga a verdade. A prisão de Monique foi a melhor coisa que aconteceu, foi a libertação contra a opressão e o medo. E a Monique precisa ser ouvida, até agora ela não falou por ela — disse, no último dia 14, a advogada Thaise Mattar.
Em mensagens recuperadas no celular da professora pela Polícia Civil, que constam no inquérito e foram obtidas com exclusividade por O GLOBO, Monique demonstrava já ter vontade de montar uma estratégia de defesa separada, em 16 de março. “Vou procurar outro advogado. Sabe por quê? Porque ele é seu advogado e não o meu. Se for para defender alguém, será você, não a mim”, escreveu em mensagem enviada à Jairinho.
Em cartas escritas por ela, a professora afirma ter combinando com Jairinho uma “versão inventada” sobre a morte de Henry. A estratégia teria sido, segundo ela, a condição dada pelo advogado André França Barreto para defender o casal no inquérito que os investiga pelo homicídio duplamente qualificado do menino. Ela relatou que, no dia seguinte ao enterro do corpo do filho, no Cemitério do Murundu, em Realengo, estava na casa do sogro, o policial militar e ex-deputado estadual Jairo de Souza Santos, o Coronel Jairo (MDB), quando recebeu a visita de André. O advogado teria se apresentado dizendo ser casado, pai de quatro filhos, religioso, inclusive tendo estudado para ser padre, e alegando “não pegar casos de homicídios se não acreditasse na inocência de seus clientes”.
O casal foi preso nas casas de seus familiares, em Bangu, em 8 de abril. Quatro dias depois, os advogados de Monique entregaram na 16ª DP uma procuração assinada pela moça dando poderes a eles como seus novos representantes. Entre as novas informações que seriam prestadas na delegacia está a de que a professora sofria uma rotina de agressões por parte de Jairinho, tendo sido até enforcada por ele no apartamento.
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